– Pode a musicoterapia substituir um tratamento convencional psicológico?

Em relação à eficácia do tratamento, sim: a musicoterapia pode ser utilizada para tratar o lado emocional e psíquico das pessoas e dá excelentes resultados. Em relação à abordagem,  a musicoterapia não substitui a psicoterapia, porque são formas diferentes de se tratar um mesmo problema: a psicoterapia tem um enfoque verbal,  enquanto a musicoterapia tem um enfoque não-verbal, ou seja, é realizada através da utilização dos sons e não da fala da pessoa.  O que tem se tornado comum é a utilização das duas praticas simultaneamente, onde o musicoterapeuta dialoga com o psicoterapeuta, acelerando o processo terapeutico, sobretudo porque a música é um grande facilitador das comunicações  e  permite o acesso rápido a conteúdos emocionais, que as vezes levam um tempo maior para aparecerem nas psicoterapias verbais.

 – Pode a musicoterapia ser eficiente para crianças agitadas, nervosas, rebeldes?

Sim, com certeza. Se elas estão agitadas, nervosas, rebeldes, é porque deve haver uma causa e é preciso se chegar a essa causa.   Elas podem, por ex,  não estar sendo ouvidas, podem estar sendo muito exigidas, podem estar sendo agredidas, podem não estar tendo espaço para se expressarem livremente, podem não estar sabendo lidar com suas próprias emoções… uma série de fatores podem ser os causadores dessa agitação e nervosismo. A musicoterapia podera ajudá-las: 1) criando um espaco para que elas se expressem livremente, sem nenhum tipo de censura ou repressão; 2) identificando a causa dessa agitação e nervosismo; e 3 ) habilitando as próprias crianças a identificarem seus estados emocionais e treinando-as para sair deles, quando estes forem disfuncionais, ou seja, não lhes fizer bem.

– Pode a musicoterapia ajudar idosos que chegam numa idade de depressão?

De-pressão é o contrário de ex-pressão: envolve um movimento de retraimento da pessoa, ao invés de um movimento de expansão. Uma pessoa deprimida pode ter sentimentos de fracasso, culpa,  punição, tristeza, pessimismo,  acompanhados de choro, irritabilidade, insônia,  fadiga, perda de apetite, perda de peso, perda da libido. No caso de idosos com depressão, sim, eles são altamente beneficiados pela musicoterapia, principalmente através da musicoterapia em grupo, onde eles se sentem incluídos, e podem compartilhar através da música e da relação que eles criam entre eles e o terapeuta, seus sentimentos, através da música, podendo colocar tambem o corpo em movimento, se ressignificando de diversas formas e reencontrando a alegria de viver.  A música é um excelente instrumento para aqueles que ficam intimidados com as psicoterapias verbais e não se sentem `a vontade para se expor, pois utilizando-se a música não é necessário verbalizar os problemas. A depressão em idosos pode ocorrer por diversos motivos, mas muitos deles se deprimem quando param de trabalhar, de produzir, de se divertir. A nossa sociedade criou a ideia de que  depois de se atingir uma certa idade a pessoa fica “demodée”, fora de moda, tem que se aposentar compulsoriamente, e com isso ela deixa de se realizar profissionalmente. Também deixa de curtir a vida, de se apaixonar, de ousar. Na musicoterapia tenta-se desconstruir essa idéia e fazer a pessoa perceber que ela é um ser criador permanente e que ela pode se recriar sempre, independentemente da idade que possui. Na revista SUPER INTERESSANTE há uns dois meses saiu uma reportagem mostrando a musicoterapia como o terceiro tipo de terapia mais eficaz para o tratamento da depressão.

Entrevista para Alexandre Garcia

Atuação de Isabella Paz em Musicoterapia

2015 – Atendimentos individuais, Brasília.

2009-2014 – Atendimentos, individuais e em grupo, para desenvolver o auto-conhecimento, para ativar projetos pessoais, para tratar pessoas com estresse, com problemas de relacionamento, com Alzheimer, com lesão cerebral. Espaço Musicoterápico Isabella Paz, Brasília.

2013 – Entrevista no Programa “Tendências e Negócios” (TV), com Liana Alagemovitz, sobre “o que é musicoterapia”, Brasília.

2009 – Musicoterapia para Empresas, Clínica Odontológica Simone Carrara.

2009 –  Vivência sobre o tema “Improvisação em Musicoterapia” para os formandos da Pós-graduação em Musicoterapia, da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS), Instituto Vida Uno, Brasília.

2009 –  Aula sobre “Improvisação dentro e fora do contexto musicoterápico” para os formandos da Pós-graduação  em Musicoterapia, da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS), dentro do Seminário “Aplicações em musicoterapia”, Instituto Vida Uno, Brasília.

2009 – Palestra e debate após a apresentação do filme “A dança do vento”: “A exploração da voz como instrumento terapêutico” (temas abordados: escuta, diversidade cultural, linguagens sonoras em diferentes culturas, práticas de auto-conhecimento, a conexão com o prazer, a exploração da voz como instrumento, o fazer individual e o fazer coletivo, ressonâncias vocais e corporais, propriedades terapeuticas da voz e integração social). Cine Verde, Restaurante Girassol e Escola da Natureza, Brasília.

2009 – Palestra “O que é musicoterapia”, Pró–Arte de Brasília, Brasília.

2009 – Palestra “O que é musicoterapia”,  Clube Internacional de Brasília (CIB), Brasília.

2009 – Palestra “O que é musicoterapia”, Rosa Cruz, Brasília.

2009 – Visita e apresentação sobre o tema “O que é musicoterapia”, TCU, Brasília.

2009 – IV Ritmus, Espaço Musicoterápico Isabella Paz, Brasília. (com Renato Paiva).

2009 – III Ritmus, Espaço Musicoterápico Isabella Paz, Brasília. (com Elizabeth Maia e Renato Paiva).

2009 – II Ritmus, Espaço Musicoterápico Isabella Paz, Brasília. (com Elizabeth Maia e Renato Paiva).

2009 – I Ritmus: para ativar projetos pessoais, Espaço Musicoterápico Isabella Paz, Brasília. (com Elizabeth Maia e Renato Paiva).

2009 – Professora da disciplina “Musicoterapia aplicada ao canto”, 31 Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília.

Curiosidade

Pesquisa científica aponta a MUSICOTERAPIA como a terceira ação mais eficaz para se combater o ESTRESSE. As duas ações mais eficazes são a prática do exerício físico e o bom sono. E, eficazes, mas bem abaixo da musicoterapia estão: a prática da yoga, a conversa com amigos, a dança, a prática de trabalho voluntário e a acupuntura.

“Para mim, musicoterapia é o caminho mais bonito, alegre e divertido de entrar em contato com você mesma e se relacionar melhor com o mundo. Consegue enxergar e trabalhar aspectos que a linguagem verbal não alcança.”

Verônica Carriço

DF

“Quando grávida foi fundamental para mim e, certamente, para minha filha as sessões de musicoterapia: a insegurança foi diminuindo à medida que cantávamos, que trabalhávamos os sons! Foi sensacional e importante a musicoterapia durante a gestação.”

Beatriz Santos

DF

“Eu recomendo este trabalho maravilhoso que permitiu que meu pai ficasse mais tempo consciente e, portanto, presente em nosso convívio! A Mùsica faz milagres e utilizá-la como instrumento terapêutico é algo fantástico!”

Ana Maria

pai portador de Alzheimer, DF

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